Depois, não me venham falar que
se vive a temer uma “teoria da conspiração” que não existe. O golpe já não mais
está em fase de projeto, o projeto já está em execução. Como isto vai terminar?
Não se sabe. Com tiro na própria cabeça de Dilma (a repetir-se Getúlio Vargas)? e implantação de um parlamentarismo (sob o comando de Eduardo Cunha. Este, sim,
sujo! [há quantos processos contra sua pessoa?] ou o retorno de plantão de
generais no palácio da Alvorada? Vejamos o que diz Altamiro Borges, em seu
Blog.
FHC se
une ao Opus Dei pelo impeachment
por
Altamiro Borges, em seu blog
Na
terça-feira (3), em artigo publicado na Folha tucana, o jurista Ives Gandra da Silva
Martins – um dos fundadores da seita fascistoide Opus Dei no Brasil no início
da década de 1960 – defendeu a abertura do processo de impeachment contra a
presidenta Dilma Rousseff. Já nesta quarta-feira, o mesmo jornal informa que o
advogado do ex-presidente FHC pediu ao renomado direitista um parecer jurídico
sobre esta hipótese golpista. Durante a ditadura militar, o Opus Dei cresceu na
sombra dos carrascos e torturadores; já o sociólogo FHC teve que deixar o país –
há quem até hoje questione o seu “exílio”.
Agora,
porém, ambos estão unidos na orquestração contra o voto popular e a democracia.
Aos 84 anos de idade, o ex-presidente joga definitivamente a sua biografia no
lixo! Só falta aderir ao chicote e à cinta de silício dos adeptos mais
fanáticos da seita gestada no franquismo da Espanha.
Em seu
artigo, Ives Gandra afirma que estudou os artigos da Constituição e que, “à luz
de um raciocínio exclusivamente jurídico, há fundamentação para o pedido de
impeachment da presidente Dilma Rousseff”. Ele também revela que atendeu ao
pedido do “eminente colega José de Oliveira Costa” para elaborar um parecer
sobre o assunto. Só não explicita que o “eminente colega” é advogado de FHC.
Sarcástico,
Ives Gandra ainda fustiga que “fui contratado por ele – e não por nenhuma
empreiteira”. Falso moralista, ele acha que o povo já esqueceu os inúmeros
escândalos de corrupção da gestão tucana – como a bilionária “privataria” das
estatais e a compra de votos para a reeleição de FHC, entre outros crimes.
Para o
militante do Opus Dei, Dilma Rousseff é culpada pela “destruição da Petrobras”.
Descarado, ele não diz que a estatal quase foi destruída e privatizada no
triste reinado de FHC e que, nos últimos 12 anos, passou a figurar como uma das
maiores petroleiras do mundo. Ele conclui que a insistência da presidenta Dilma
“em manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobras está a
demonstrar que a improbidade por culpa fica caracterizada, continuando de um
mandato ao outro. À luz desse raciocínio, exclusivamente jurídico, terminei o
parecer afirmando haver, independentemente das apurações dos desvios que estão
sendo realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público (hipótese de
dolo), fundamentação jurídica para o pedido de impeachment (hipótese de
culpa)”.
O
“parecer jurídico” é uma peça eminentemente golpista, já desnudada por outros
renomados juristas.
A
conspiração golpista
O pior,
porém, é a motivação para a sua feitura. Segundo o jornalista Mario Cesar
Carvalho, da Folha, “o parecer jurídico que diz haver fundamentos para o pedido
de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) por causa dos escândalos na
Petrobras foi encomendado por um advogado que trabalha para o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e integra o conselho do Instituto FHC. O
documento, escrito pelo advogado Ives Gandra da Silva Martins, foi solicitado
por José de Oliveira Costa. O próprio Costa confirmou à Folha que
trabalha para FHC: ‘Sou advogado dele’. Ele nega, no entanto, que o
ex-presidente soubesse do parecer. Refuta também que o documento tenha caráter
político: ‘Não tenho ligação nenhuma com o PSDB. Nem sei onde fica o
diretório’”. Só mesmo um otário, bem tacanho, para acreditar nesta conversa
fiada!
Antes da
divulgação do artigo do militante do Opus Dei e da reportagem da Folha, o próprio FHC já havia insinuado com
a possibilidade da abertura do processo de impeachment. No artigo intitulado
“Chegou a hora”, publicado no Estadão de domingo (2), o
ex-presidente utilizou sua linguagem empolada, típica do “sociólogo da
Sorbonne”, para indicar o caminho que a direita nativa deve seguir no próximo
período. Segundo o “príncipe da privataria”, o governo recém-eleito “já
apodreceu”. Prova disto são “as fraturas expostas na base aliada”, “os esguichos
da Lava-Jato”, a crise energética e a retração da economia. Egocêntrico e
ressentido, FHC não esconde a sua inveja doentia e prega abertamente a via
golpista.
Para
FHC, a presidenta Dilma “não tem condições para liderar” as mudanças políticas
no país. “Daí minha insistência: ou há uma regeneração ‘por dentro’, governo e
partidos reagem e alteram o que se sabe que deve ser alterado nas leis
eleitorais e partidárias, ou a mudança virá ‘de fora’. No passado, seriam
golpes militares. Não é o caso, não é desejável nem se veem sinais. Resta,
portanto, a Justiça. Que ela leve adiante a purga; que não se ponham obstáculos
insuperáveis ao juiz, aos procuradores, aos delegados ou à mídia. Que tenham a
ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas, desde que efetivamente
culpados”. A solução para a crise, prega FHC, deve ser dar via Poder Judiciário
– um típico golpe paraguaio!
Esta
trama confirma que está selada a aliança entre FHC, a oposição demotucana e a
mídia golpista com a seita fascistóide Opus Dei. Como já disse, só falta o
velhaco ex-presidente utilizar a cinta de silício dos adeptos mais fanáticos da
seita!