segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Notícias boas, não. “O quanto pior, melhor”, sim!

Conforme se extrai do blog de PHA, o homem do “4º Poder”, livro que não se deve deixar de ler para compreender todo esse FB “que assola o país", Conversa Afiada, de hoje, um dia pós-“mini-festações”:  
o PIG, traduzindo, (para aqueles menos informados), a grande imprensa  “Deu em todas as manchetes que o IDH do Brasil caiu!
Em verdade, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do país caiu (uma posição) de 74º para 75º no ranking dos países da ONU. Mas vejamos o que diz a EBC: “O Brasil registrou melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2014. Os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostram que o IDH passou de 0,752 em 2013 para 0,755 em 2014. Apesar do aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial de desenvolvimento humano [porque outro país cresceu mais, logicamente] e passa a ocupar o 75º lugar entre 188 países.
E mais, “O relatório mostra que, no Brasil, indicadores que representam melhorias sociais tiveram avanço, como a esperança de vida ao nascer, que aumentou de 74.2 em 2013 para 74.5 em 2014, e a média de anos de estudo que passou de 7,4 para 7,7 nesse período.
Mas, mesmo assim, "Hoje, o IDH da Dilma e do Lula é de 0,755 – maior do que o da China, da Índia, da África do Sul, associados nos BRICs.", ainda ressalta a EBC: “O relatório mostra que, no Brasil, indicadores que representam melhorias sociais tiveram avanço, como a esperança de vida ao nascer, que aumentou de 74.2 em 2013 para 74.5 em 2014, e a média de anos de estudo que passou de 7,4 para 7,7 nesse período.

Estes importantes detalhes não são “NOTÍCIAS” para a grande imprensa, afinal para o real partido da oposição, como já se definiu uma “autoridade” de associação de imprensa, (salvo engano, a ANJ) não interessa divulgar boas notícias, pois para ela “o quanto pior melhor” é que vale. 

sábado, 12 de dezembro de 2015

Até Agora, Afinal Uma Atitude do Governo

Afinal, o governo toma uma atitude objetiva e efetiva no sentido de conter a sanha revanchista-golpista de um BANDIDO que ocupa a chefia de um dos poderes desta sofrida república.
Somente o Supremo, se cumprindo suas reais funções, poderá fazer com que a Constituição Brasileira não seja vilipendiada em favor de mesquinhos interesses.
Jornal GGN – Ontem, sexta-feira (11), a presidente Dilma Rousseff enviou ao STF um pedido de que seja anulada a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de acolher o processo de impeachment com base nas pedaladas fiscais.
A justificativa é que Cunha não garantiu direito de defesa da presidente antes de receber o pedido. "É ato tão grave e de consequências tão significativas, que o princípio da ampla defesa e do contraditório não se coaduna com a impossibilidade do presidente da República se contrapor à denúncia antes da decisão do presidente da Câmara", diz o texto.
Da Folha de S. Paulo
Por Márcio Falcão
A presidente Dilma Rousseff pediu, em manifestação enviada nesta sexta (11) ao STF (Supremo Tribunal Federal), que o tribunal anule a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB­RJ), que acolheu seu pedido de afastamento elaborado por juristas e que tem como base as chamadas pedaladas fiscais.
A justificativa é que Cunha não garantiu direito de defesa da petista antes de receber o pedido. O documento, assinado pela Advocacia­Geral da União, defende ainda o poder de decisão do Senado na instauração de um eventual processo de impeachment e que todas as votações no Congresso sobre o caso sejam abertas.
"É ato tão grave e de consequências tão significativas, que o princípio da ampla defesa e do contraditório não se coaduna com a impossibilidade do presidente da República se contrapor à denúncia antes da decisão do presidente da Câmara", diz o texto.
"Somente uma pessoa que vivesse em estado de alienação acerca do que o país está a testemunhar nos últimos dias poderia dizer que não traz nenhum prejuízo para o denunciado e para o próprio País a decisão de recebimento da denúncia e a sua consequente leitura no plenário da Câmara."

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O BRASIL DE 2015 ASSEMELHA-SE À INGLATERRA DE 1965?

Conheci o inglês Tim participando de um programa sobre futebol na TV fechada. Interessava-me ouvi-lo porque afinal teria, como tive, oportunidade de ouvir opiniões sobre nosso futebol e, de um modo geral, do futebol sulamericano – e aqui prá nós, nota-se claramente sua predileção pelo futebol argentino, mas deixemos isso de lado.
Pois bem, e agora surpreende-me o britânico com sua opinião sobre política, que segue abaixo e que vale a pena a transcrição. A resposta ao título inquiridor desta postagem é a síntese do pensamento de Tim Vickery.


Acho que nasci com alguma parte virada para a lua. Chegar ao mundo na Inglaterra em 1965 foi um golpe e tanto de sorte. Que momento! The Rolling Stones cantavam I Can’t Get no Satisfaction, mas a minha trilha sonora estava mais para uma música do The Who, Anyway, Anyhow, Anywhere.

Na minha infância, nossa família nunca teve carro ou telefone, e lembro a vida sem geladeira, televisão ou máquina de lavar. Mas eram apenas limitações, e não o medo e a pobreza que marcaram o início da vida dos meus pais.

Tive saúde e escolas dignas e de graça, um bairro novo e verde nos arredores de Londres, um apartamento com aluguel a preço popular – tudo fornecido pelo Estado. E tive oportunidades inéditas. Fui o primeiro da minha família a fazer faculdade, uma possibilidade além dos horizontes de gerações anteriores. E não era de graça. Melhor ainda, o Estado me bancava.

Olhando para trás, fica fácil identificar esse período como uma época de ouro. O curioso é que, quando lemos os jornais dessa época, a impressão é outra. Crise aqui, crise lá, turbulência econômica, política e de relações exteriores. Talvez isso revele um pouco a natureza do jornalismo, sempre procurando mazelas. É preciso dar um passo para trás das manchetes para ganhar perspectiva.

Será que, em parte, isso também se aplica ao Brasil de 2015?

Não tenho dúvidas de que o país é hoje melhor do que quando cheguei aqui, 21 anos atrás. A estabilidade relativa da moeda, o acesso ao crédito, a ampliação das oportunidades e as manchetes de crise – tudo me faz lembrar um pouco da Inglaterra da minha infância.

Por lá, a arquitetura das novas oportunidades foi construída pelo governo do Partido Trabalhista nos anos depois da Segunda Guerra (1945-55). E o Partido Conservador governou nos primeiros anos da expansão do consumo popular (1955-64). Eles contavam com um primeiro-ministro hábil e carismático, Harold Macmillan, que, em 1957, inventou a frase emblemática da época: "nunca foi tão bom para você" ("you’ve never had it so good", em inglês).

É a versão britânica do "nunca antes na história desse país". Impressionante, por sinal, como o discurso de Macmillan trazia quase as mesmas palavras, comemorando um "estado de prosperidade como nunca tivemos na história deste país" ("a state of prosperity such as we have never had in the history of this country", em inglês).

Macmillan, "Supermac" na mídia, era inteligente o suficiente para saber que uma ação gera uma reação. Sentia na pele que setores da classe média, base de apoio principal de seu partido, ficaram incomodados com a ascensão popular.

Em 1958, em meio a greves e negociações com os sindicatos, notou "a raiva da classe média" e temeu uma "luta de classes". Quatro anos mais tarde, com o seu partido indo mal nas pesquisas, ele interpretou o desempenho como resultado da "revolta da classe média e da classe média baixa", que se ressentiam da intensa melhora das condições de vida dos mais pobres ou da chamada "classe trabalhadora" ("working class", em inglês) na Inglaterra.

Em outras palavras, parte da crise política que ele enfrentava foi vista como um protesto contra o próprio progresso que o país tinha alcançado entre os mais pobres.

Mais uma vez, eu faço a pergunta – será que isso também se aplica ao Brasil de 2015?

Alguns anos atrás, encontrei um conterrâneo em uma pousada no litoral carioca. Ele, já senhor de idade, trabalhava como corretor da bolsa de valores. Me contou que saiu da Inglaterra no início da década de 70, revoltado porque a classe operária estava ganhando demais.

No Brasil semifeudal, achou o seu paraíso. Cortei a conversa, com vontade de vomitar. Como ele podia achar que suas atividades valessem mais do que as de trabalhadores em setores menos "nobres"? Me despedi do elemento com a mesquinha esperança de que um assalto pudesse mudar sua maneira de pensar a distribuição de renda.

Mais tarde, de cabeça fria, tentei entender. Ele crescera em uma ordem social que estava sendo ameaçada, e fugiu para um lugar onde as suas ultrapassadas certezas continuavam intactas.

Agora, não preciso nem fazer a pergunta. Posso fazer uma afirmação. Essa história se aplica perfeitamente ao Brasil de 2015. Tem muita gente por aqui com sentimentos parecidos. No fim das contas, estamos falando de uma sociedade com uma noção muito enraizada de hierarquia, onde, de uma maneira ainda leve e superficial, a ordem social está passando por transformações. Óbvio que isso vai gerar uma reação.

No cenário atual, sobram motivos para protestar. Um Estado ineficiente, um modelo econômico míope sofrendo desgaste, burocracia insana, corrupção generalizada, incentivada por um sistema político onde governabilidade se negocia.

A revolta contra tudo isso se sente na onda de protestos. Mas tem um outro fator muito mais nocivo que inegavelmente também faz parte dos protestos: uma reação contra o progresso popular. Há vozes estridentes incomodadas com o fato de que, agora, tem que dividir certos espaços (aeroportos, faculdades) com pessoas de origem mais humilde. Firme e forte é a mentalidade do: "de que adianta ir a Paris para cruzar com o meu porteiro?".

Harold Macmillan, décadas atrás, teve que administrar o mesmo sentimento elitista de seus seguidores. Mas, apesar das manchetes alarmistas da época, foi mais fácil para ele. Há mais riscos e volatilidade neste lado do Atlântico. Uma crise prolongada ameaça, inclusive, anular algumas das conquistas dos últimos anos. Consumo não é tudo, mas tem seu valor. Sei por experiência própria que a primeira geladeira a gente nunca esquece.

*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formado em História e Política pela Universidade de Warwick

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A idade, a violência, o fim da Boemia

Vai uma crônica reeditada, para espairecer.
Estávamos, num certo dia, como costumamos de vez em quando fazer, e de dia, (que no popular quer dizer, durante o dia), a papear sobre diversos assuntos, quando se levantou a tese do fim da boemia.
A tese deixou-me embaraçado e pensativo, por que seu fim? O questionamento do meu interlocutor pareceu-me mais uma preocupação de ordem particular, uma coisa bem pessoal; afinal ele, como nós outros daquela confraria, já atravessamos o cabo da boa esperança, o estreito de Ormuz (nada a ver com trânsito de grandes navios petroleiros que abastecem, principalmente, os mercados norte-americano e europeu), e outros obstáculos mais. Até que eu concordaria se, como já disse, levarmos simplesmente para o plano pessoal, o particular. Mas Boemia (é com maiúscula mesmo!), é, tal qual é a prostituição, no que respeita à profissão, a mais antiga e eterna parceira da manifestação humana da arte, do lazer, do entretenimento. Sem a boemia, não teriam existido os(as) literatos(as), os(as) grandes artistas gráficos(as), os músicos, os compositores - vou deixar de usar os (as), pois já deixei claro minha intenção de não discriminar as mulheres, afinal, para nós homens, que me desculpem os gays, é a chama do fogo ardente de uma paixão: mulher, paixão... e, com isto, está criada a boemia. Agora, querendo finalizar, ou sair deste devaneio, deste gostoso retrocesso cronológico, volto a dizer, Boemia é a mais antiga forma de manifestação cultural e de entretenimento do homem (e da mulher também, alguma questão?); afinal, desde que há inscrições ruprestres, alguma forma de fermentado e outras cositas más, deve existir a Boemia.
Bem, voltemos ao nosso tempo e nossa realidade. Como havia entendido logo, logo, o nosso amigo quis referir-se a nós, à nossa contemporaneidade. Desta maneira, não há que se contestar coisa alguma, o fim da Boemia, para nós, é fato. Pô, também, meu Rei, a eternindade existe para o homem, enquanto instituição humana. Para nós, simples mortais, assim como quase tudo, (digo isto para não melindrar os que acreditam na vida depois da morte), tem fim; afinal, originamos de uma centelha, chegamos ao auge de uma grande e duradoura, embora finita, chama que, em determinado instante, entra num processo de dissipação, somente esta verdade já seria bastante para explicar a constatação do nosso amigo. Mas há fatores outros, bem contemporâneos para nos desestimular, nos desencorajar, para nos atemorizar, para nos afugentar, para afugentar o nosso espírito notívago (e aí mora a essência do questionamento do meu interlocutor: vida noturna, a noite é criança.). O ar provinciano, doméstico que respirávamos na Salvador dos 60-70¹s e, quem sabe, até os 80¹s, não mais existe. Transitávamos por aquelas vielas, becos, ladeiras, de todo o centro histórico, pela Cidade Baixa: Comércio, Bonfim, Ribeira, com a mais da desavergonhada tranquilidade; entrávamos e saíamos de bar em bar, como se extensão fosse de propriedade nossa: o feijão de Alaíde, o feijão de Vital, os inferninhos, o charriot (hoje, o plano inclinado), a Rua Chile, Avenida Sete (elas com configurações bem diferentes das de agora)...as barracas de praias - faziam-se devaneios até as altas horas- e elas foram derrubadas! (a troco de que?); a Barraca de Da. Sildefina, (atrás do C. Português); a Barraca de Nogueira, em Itapuã. Que é do Clube Português e seu baile a Yemanjá?; do velho Caneco? (Nos seus áureos tempos, somente servia chopp, [nada de cerveja em garrafa ou, pior, em lata] e bem gelado; bigode ao gosto do frequês); o feijão do Quatro Rodas (prá aqueles que não sabem, quatro rodas vem de um restaurante instalado numa velha kombi ou num caminhão); os bailes de carnavais nos clubes sociais (ao que parece somente subsistiram a Associação Atlética (parcialmente) e o Iate Clube (mas quem podia ou pode acessar aquela intransponível fortaleza da elite baiana - fiquemos somente neste termo. (As barracas de praia teriam invadido terreno da União, da Marinha, mas o Iate Clube, não!, assim como um portentoso hotel no Rio Vermelho, construído sobre as pedras do lindo mar da Bahia) e, o pior de tudo, a grande vilã, a violência urbana. Sim, dirão, mas sempre houve violência, sempre se roubou, sempre se matou, contudo a intensidade e frequência com que se assalta, se mata, se infringe; com que se banaliza o homicídio, a extinção de uma vida humana é incomparável com qualquer época anterior.
Amigo, a materialização da Boemia acabou para nós e, assim como, dizem, o Espírito é eterno, o nosso espírito boêmio ainda vive, vivinho da silva, dentro de nós.


Vivamos com ele na maneira e no tempo em que nos permitirem, sem que seja preciso pedir, com súplica, "regresso", sem precisar pedir "inscrição", como fez um boêmio em sua volta à boemia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A TÍTULO DE COMPARAÇÃO

Sendo admirador do zagueiro Wallace, desde os tempos de Divisão de Base do Vitória, (escusado dizer que sou torcedor do Leão), e, especialmente, por seu crescimento no plano profissional e, ainda, por se tratar de uma das lideranças do nosso futebol, sabendo de sua participação num programa de televisão, não poderia perder a oportunidade de ouvir o que aquela personalidade teria a falar, já que nas entrevistas corriqueiras notabiliza-se, claramente, dentre os jogadores de futebol.. E, notadamente, esta distinção origina-se no fato de Wallace ser um grande “devorador” de livros. Lê todo tipo de livro e de autor. E gosta tanto de livros que tem usado as redes sociais para difundir o gosto pela leitura entre as crianças. E, diga-se, já tem forte “fã-clube”, neste particular. Louvável atitude!
Pois bem, o programa desenvolveu-se em alto nível, superando, em muito, a expectativa que eu fizera quanto ao referido profissional da bola.
Ao final, no entanto, perguntado sobre a conjuntura política atual, posicionou-se tal qual a massa que é formada pela “opinião publicada” da grande imprensa, que diuturnamente vive a “bater” nos governos do PT e no próprio PT. A difamatória, a sórdida campanha é a mesma que levou Getúlio Vargas ao suicídio (em 1954); tentou derrubar Juscelino Kubstichek (“revolta” articulada desde 1956 e eclodida em 1959); derrubou o presidente João Goulart (1964), o que fez submeter o país às trevas por mais de duas décadas. 
São as históricas reações a governos que têm a direção no social, por mínima que seja. Reações dos dominantes, dos oligarcas e seus asseclas, que teimam em recusar novos tempos (veja-se a comparação entre os governos: o anterior e os dos trabalhistas)..
E é a infame campanha calcada nos pilares: Descrédito do governo (“não fez nada em 12 anos” – palavras de Wallace, com ressalva para o “Bolsa Família”, mas como batem no referido programa social!); “Perpetuação” no poder (samba de uma nota só: discurso do candidato derrotado). Não concorda que se fique tanto tempo no governo (entretanto, o partido dele teria planos para ficar por 20 anos) e Corrupção – bem esse pilar não foi apontado, faça-se justiça a Wallace. Quanto a isto, querem impor a noção de que “nunca se roubou tanto”. Será?
”...Para tal, o governo FHC contou com a cumplicidade do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiros, que ficou conhecido como “engavetador-geral da República”.Brindeiros engavetou todas as denúncias de corrupção no governo FHC. FHC governou o país entre 1995/2002 e, para se prevenir contra a investigação após deixar o governo, antes de sair FHC conseguiu aprovar a lei que o blindou de investigação.”. (do Blog do Bob).
 Nunca se apurou tanto, como na atualidade. Esta é a verdade.  
Gostaria, com todo o respeito ao zagueiro rubro-negro (não corro risco de bater de frente com a galera do Flamengo), de lhe rogar que dedique um pouco do seu tempo de leitura à História contemporânea do nosso país; ao acesso à imprensa alternativa, (“imprensa nanica”), para que possa fazer comparações e tenha uma compreensão da atual conjuntura política de uma maneira descontaminada.
Por exemplo, vou transcrever algumas coisas interessantes obtidas em “mídia” alternativa.  
 “A presidenta Dilma Rousseff participou nesta quinta-feira (05) da inauguração do terceiro trecho do Canal do Sertão, em Alagoas. A obra vai levar água do Rio São Francisco para mais de 60 mil pessoas e minimizar os efeitos da seca na região”.
Nada mais solidário do que a água para 180 mil habitantes” [disse a Presidenta].
(do Blog Conversa Afiada).
(O jornal nacional, a revista semanal da abril e da globo vão noticiar?).
Seguem algumas comparações que desmentem incontestavelmente a ladainha “não fez nada”.
Comparando o Brasil de 2002 ao de 2013… segundo a OMS, a ONU, o Banco Mundial, o IBGE, o Unicef etc…

1. Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões
[a soma de tudo produzido no país cresceu mais de três vezes]
2. PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil
[isto indica, a grosso modo, uma melhor distribuição de renda]
3. Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB
[produziu-se mais e deve-se menos, em relação ao PIB]
10. Reservas Internacionais:
2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares
[em 2013, havia “guardada” uma quantidade de mais de dez vezes em dólares, em relação a 2002]
12. Empregos Gerados:
Governo FHC – 627 mil/ano
Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano
[número de gente empregada foi mais que duplicada]
14. Valor de Mercado da Petrobras:
2002 – R$ 15,5 bilhões
2014 – R$ 104,9 bilhões
[“pobre” da Cia. tão atacada pelos corruptos, oposição e justiça]
15. Lucro médio da Petrobras:
Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano
[mais que quintuplicado o lucro!]
18. Dívida Externa em Relação às Reservas:
2002 – 557%
2014 – 81%
[nos idos de 2002, o país DEVIA mais que seis vezes do que possuía de reservas. O FMI “deitava e rolava”, que nem Jerome Walcker – da quadrilha da FIFA]
19. Posição entre as Economias do Mundo:
2002 – 13ª
2014 – 7ª
[é bom ou quer mais?]
20. PROUNI – 1,2 milhões de bolsas
21. Salário Mínimo Convertido em Dólares:
2002 – 86,21
2014 – 305,00
[o S.M. foi valorizado mais que quatro vezes!]
22. Passagens Aéreas Vendidas:
2002 – 33 milhões
2013 – 100 milhões
[isso está incomodando a elite! “os aeroportos parecem rodoviárias!”]
23. Exportações:
2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares
[produtos exportados cresceram mais que quatro vezes]

24. Inflação Anual Média:
Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%
35. Criação de Universidades Federais:
Governos Lula e Dilma – 18
Governo FHC – zero
[o governo do sociólogo, do intelectual nada fez, enquanto o analfabeto...]
36. Criação de Escolas Técnicas:
Governos Lula e Dilma – 214
Governo FHC – 0
[o intelectual da Sorbone, não gosta mesmo de educação! Em menos de 12 anos os governos trabalhistas fizeram mais de duas centenas!]
De 1500 até 1994 – 140
[que dado espetacular! Desde Cabral até fhc (mais de quinhentos(!) anos, somente uma centena de escolas técnicas]
37. Desigualdade Social:
Governo FHC – Queda de 2,2%
Governo PT – Queda de 11,4%
[em mais que cinco vezes, a desigualdade social foi reduzida]
38. Produtividade:
Governo FHC – Aumento de 0,3%
Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%
[o analfabeto e a guerrilheira ensinando produtividade]
39. Taxa de Pobreza:
2002 – 34%
2012 – 15%
[mais de 30% de pobreza, com fhc e bem abaixo de 20% com os governos trabalhistas]
40. Taxa de Extrema Pobreza:
2003 – 15%
2012 – 5,2% 
 [reduzida a Pobreza em cerca de 2/3] 
41. Índice de Desenvolvimento Humano:
2000 – 0,669
2005 – 0,699
2012 – 0,730
[quanto mais próximo de 1, melhor é o índice, que varia de 0 a 1. Portanto,um milésimo (0,001) muito representa. E o IDH nosso cresceu cerca de dez vezes]
42. Mortalidade Infantil:
2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos
2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos
[quase que duas vezes mais, morriam crianças, no governo fhc]
43. Gastos Públicos em Saúde:
2002 – R$ 28 bilhões
2013 – R$ 106 bilhões
[recursos com Saúde Pública foram mais que triplicados]
44. Gastos Públicos em Educação:
2002 – R$ 17 bilhões
2013 – R$ 94 bilhões
[Que surra!]
45. Estudantes no Ensino Superior:
2003 – 583.800
2012 – 1.087.400
[em 2012, havia mais do que 80% de jovens no ensino superior do que em 2003, ainda herança maldita de fhc]

Publicado em   ( do Blog de Hildergard Angel)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

UM DIA NUMA CLÍNICA MÉDICA

Começo com um título erradamente designado. Passar um dia inteiro numa clínica, quem aguenta?
O cenário próprio de uma clínica já é deveras constrangedor, especialmente para aqueles que vão e estão à espera de, ainda que imaginariamente, um diagnóstico cruel. No plano do entretenimento, da “cultura” e das “artes”, quantidades bondosas (?!!!) de exemplares de uma nauseabunda (argh!) revista semanal e uma ou várias telas de TV em que se apresentam um tão falador “louro” quanto submisso a uma “loura pirua”, apresentadora, compõem a paisagem. O demais, faz-se das pessoas; das atendentes e seus indefectíveis chamados: “Senhor ou senhora fulano ou fulana de tal”, mesmo que se trata de um criança e das outras pessoas, aliás pacientes. Seu entra e sai; suas idiossincrasias; suas atitudes muitas das vezes, de impaciência, de contestação. Como, por exemplo, a “paciente” que chegara atrasada e já estava há mais de duas horas sem que fosse atendida:
“...somente quinze, nem quinze minutos, atrasada! que absurdo! Que falta de consideração! Poderiam me chamar num desses intervalos e vejam que ainda eu iria para o Centro Administrativo trabalhar!”
(Já se vê que se trata de uma zelosa funcionária pública, mas não uma barbané – consultar, por favor, o Aurélio – qualquer).
Em outras oportunidades, conversas sobre amenidades, mas também sobre coisas sérias, sim! Numa conversa, entre um senhor e uma senhora, integrantes da faixa etária dos “enta”, primo e prima que não se encontravam havia algum tempo, passaram a falar do país.
“Ah! ninguém aguenta viver aqui, não! Olha pergunto sempre a minha filha: quando é que você vai voltar?”
“Mamãe, cada vez que leio as notícias daí, mais eu tenho vontade de ficar aqui. Sabe? Um furto numa farmácia aqui é notícia em jornal, imagine!”.
O primo não deixou por menos ao falar sobre filhos seus que se encontram no esplêndido primeiro mundo, no eldorado das “zelites” brasileiras. A propósito, um dos filhos de Roberto Marinho está de mudança para Miame. Sorry, periferia.
Toda a conversação foi captada sem que se necessitasse de uma maior atenção, em decorrência dos sons em altos decibéis emitidos do parlatório.
Sobre esse complexo de vira-latas, (êpa já estou saindo da clínica), vejam o que diz o britânico Adam Smith, blogueiro da série "Para Inglês Ver", da BBC Brasii:
os brasileiros exageram na rejeição ao seu próprio país e também se diminuem em relação a países desenvolvidos, notadamente os Estados Unidos... processo [refere-se ele ao “complexo de vira-latas”, para complexo de inferioridade do brasileiro, alcunhado por Nelson Rodrigues – nota de Mário César] que parece estrangular a identidade brasileira... Pode ser sentido na comida. Neste "país tropical" tão fértil e com tantos produtos maravilhosos, é mais fácil achar hot dog e hambúrguer do que tapioca nas ruas. Pode ser ouvido na música americana que toca nos carros, lojas e bares no berço do Samba e da Bossa Nova... O Brasil está passando por um período difícil e, para muitos brasileiros com quem falei sobre os problemas, a solução ideal seria ir embora, abandonar este país para viver um idealizado sonho americano. Acho esta solução deprimente. Não tenho remédio para os problemas do Brasil, obviamente, mas não consigo me desfazer da impressão de que, talvez, se os brasileiros tivessem um pouco mais orgulho da própria identidade, este país ficaria ainda mais incrível. Se há insatisfação, não faz mais sentido tentar melhorar o sistema?
Pois bem, somente acessando blogues, revistas, jornais alternativos é que podemos ter outra compreensão do país. Enquanto ficar a se informar somente pelos representantes da grande imprensa obter-se-á tão somente o quadro que ela, a grande imprensa, o verdadeiro partido de oposição, pinta para o “quanto pior melhor”.

P.S.: as palavras do blogueiro britânico foram extraídas do Blog de Luis Nassif.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

UM INUSITADO PRÊMIO HÍDRICO

Sempre perguntei aos meus botões: 
o que aconteceria com um governante de importantíssimo estado brasileiro em que por incompetência gerencial, atestada por expoente autoridade da ONU, ocasiona a completa SECA de um importante reservatório natural de água da sua capital, e região metropolitana, fosse do Partido dos Trabalhadores? 
Ah! Imprensa, MP, MPF, PF, PGR estariam todos associados a fim de massacrar, de expulsar o inidôneo governador, a exemplo do que querem fazer com a mandatária do país, legitimamente eleita, e sem que existam razões legais para tal.
O governador do Estado de São Paulo segue serelepe governando como se o problema hídrico não lhe dissesse respeito, “não vem ao caso”, como diz um célebre magistrado. Como se o grave problema de abastecimento de água de uma das maiores cidades da América Latina fosse da responsabilidade de um governante lunático, de um governante marciano.
Como que a debochar de nós todos brasileiros, pobres mortais, ao invés de sofrer, o governante em causa, um processo de contestação de sua capacidade administrativa é brindado com um PRÊMIO HÍDRICO, concedido pela Câmara dos Deputados!
Ação esta que faz parte do processo de disseminação da raiva e do ódio ao Partido dos Trabalhadores, a Lula, (especialmente, por representar potencial perigo às pretensões das “zelites”) e a Dilma Rousseff e da santificação dos “beatos” da oposição, encabeçados por FH e Aécio.
Sobre a criminalização do PT:
O plano B é prender o Lula. A qualquer custo. Para isso, requentam-se denúncias de uma década atrás. Ou criam-se factóides. Crise? A culpa é do Lula. Corrupção? Só pode ter começado com Lula. A cada depoimento na Lava-Jato ouvem-se as mesmas perguntas. Quem comandava? Lula chefiava o esquema? Nada surge que o incrimine. Mesmo assim, estampam-se manchetes de jornais repletas de ilações... ”. (Paulo Teixeira, Deputado Federal – PT/SP)
Sobre a associação da Imprensa, do MPF, da PGR, de elementos do Judiciário, inclusive do STF no sentido do extermínio(!) do PT:

Cerca de 580 empresários e consultores almoçaram hoje com o juiz Sergio Moro, encarregado da Operação Lava Jato, no hotel Grand Hyatt em São Paulo. problema da foto de Sérgio Moro com João Dória  é a absoluta falta de noção demonstrada por Moro (do Blog de Luis Nassif)...
Dória é político e homem de negócios, e então se entende que ele se faça de papagaio de pirata.
[João Dória, para quem não sabe, é político do PSDB e futuro candidato a Prefeito de São Paulo. Mário César]
Mas Moro é um juiz.  Juízes devem transmitir uma imagem de imparcialidade, ou viram políticos de toga como é o triste caso de Gilmar Mendes. (Paulo Nogueira do Diário do Centro do Mundo)

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Crônica de um Dia Errado

Mais uma crônica para espairecer.
Sabe aquele dia em que tudo começa errado? Posso dizer que hoje é “aquele” dia. Espero que durante o seu transcorrer consiga mostrar-me que meus presságios são infundados.
Em verdade, uso este termo (errado) para expressar a matinal situação deste dia porque passei. Olha só, estou na Av. Paulo VI, Pituba, aguardando um ônibus que me conduza à Av. Paralela, mais precisamente para o ponto do supermercado Extra. Eis que surge um certo ônibus com uma placa, em seu parabrisa direito, com a inscrição: “para no ponto do Extra”. Não titubeei, ingressei no coletivo, pela porta dianteira, (afinal, idoso tem uns privilégios, até mal vistos por alguns). Cortesmente, dirigi-me ao motorista: “bom dia, amigo” e não recebi uma resposta no mesmo diapasão, mas até ai tudo bem. A viagem seguiu.

Felizmente não me apareceram, até então, aqueles personagens, público e notoriamente conhecidos, que sobem e descem a cada ponto de parada. Enquanto isto, eu dou sequência à leitura do livro “Nação Crioula”, à medida que, de quando em vez, tento identificar minha posição geográfica. Após algum tempo, percebo que o veículo não se dirige à Paralela. Como as vias de trânsito mudam e estão muito mudadas, entendi que poderia haver alguma ligação desconhecida que me levaria ao destino. Nada! O ônibus percorria rumo oposto ao desejado por mim. Aguardei um ponto de ônibus conveniente e saltei. Atravessei e, êpa!, lá vem um Lauro de Freitas. Ingresso sem pestanejar. Com pouco (estranho esta expressão, não? Mas vamos lá), vejo decepcionado que o veículo tomava rumo da orla, mas de uma forma regressiva, pois está retornando por uma via que me leva ao Costa Azul, quem conhece a cidade, sabe do que estou falando. Que fazer? Saltar novamente, tentar outro ônibus? Olha acomodei-me e resolvi destinar-me a São Cristóvão, via Itapuã, onde poderei finalmente tomar um ônibus para minha residência em Barra do Jacuípe. “Sabe nada inocente”, quem mandou morar fora da metrópole!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Caxirola, “A revolta das Caxirolas”, O Barrismo Pernambucano, etc.

Mais uma crônica para espairecer.
Desde que ouvi falar na invenção da caxirola, eu pensei. Pô, “não tem nada a ver”. Bem, mas tantas são as coisas que ouço e vejo “neste mundo de meu Deus” e que penso com meus botões sobre a inutilidade, a impropriedade; enfim, o absurdo de sua existência (das coisas, hein! Por favor), mas que subsistem, convivem, regram modo de agir, modo de viver. São modismos duradouros, até, que não mais me surpreendem; nada mais é surpresa. Mas, bem, falava eu das pretensas substitutas das vuvuzelas africanas; as caxirolas, uma “sacada” de mercado, simplesmente.
Não tem diferença do caxixi. É um caxixi de plástico. Por isso, a sonoridade é um pouco mais estridente. Mas a única diferença que eu vejo é que a caixirola, por ser feita de um material mais duro, pode ser usada para machucar alguém”, disse o músico”. (quem diz isto é Naná Vasconcelos, o famoso, com méritos, percussionista pernambucano).
O nosso percussionista maior, Carlinho Brown, resolveu “inventar”, como já disse, a substituta das vuvuzelas, que teve simplesmente seu fim trágico, pois um “invento” tão inimaginável, tão genial, que somente serviu (e uso o passado porque já está estabelecido seu fim) para a “Revolta das Caxirolas”. Uma revolta eminentemente popular ocorrida por volta do mês de maio, da segunda década do século 21, revolta esta nascida no seio de uma população reprimida, humilhada, aprisionada nos grilhões impostos por uma outra nação dominante, opressora, insensível, cuja soberania já perdura, impiedosamente, por mais de um decênio e que deverá se estender por mais e mais, porém de resultados nada favoráveis para aquelas sofridas gentes, gentes que dominaram por muitos anos, mas à custa de métodos escusos. Bem, deixa prá lá essas coisas do futebol e futebol baiano. O resultado prático foi tão somente o fim de sonhos de ganho fácil.
Deixando de lado o fato desagradável que decretou o fim das caxirolas e agora falando sério. Eu tenho certeza que Brown conhece o que é caxixi. Tanto conhece que o caxi de caxirolas vem daquele instrumento. Por que não foi sugerido o uso de caxixis? Sabem quanto custa, ou melhor quanto custaria uma caxirola? Quase que trinta reais. Quanto custa um caxixi? No Mercado Modelo, será cerca de um 1/3 do preço do que seria o “novo” instrumento. Quem fabricará, melhor, quem fabricaria a caxirola? Quem fabrica o caxixi? Resposta a estas duas perguntas: quem sabe uma multinacional fabricou e fabricaria a caxirola e o caxixi é e será fabricado por artesãos baianos. Fácil entender a lógica de mercado, não?

PS.: ia esquecendo-me. Viajando pela internet, em pesquisa sobre a caxirola, tristemente li comentários imbecís de pernambucanos destilando atávicos, ultrapassados e inaceitáveis rancores barristas.  


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Arena Versus Estádio

Uma crônica para espairecer. - Dois mil reais, o amendoim? Que absurdo! - Amigo, esse é amendoim de arena e não de estádio. Retruquei ao consumidor indignado com o preço do pacote do amendoim cobrado por um pobre, menor vendedor, que, contrariando “normas da Fifa”, se aventurava a vender sua mercadoria às cercanias da “Arena Itaipava”. Não sabendo ele – o consumidor, ou sabia? – dos preços cobrados no interior da arena. Alguém, próximo a mim, após um dos jogos da Copa das Confederações, comentou com assombro - Não vi negros no estádio! A propósito, Afonsinho, poucos sabem de quem se trata, ex-jogador dos idos 70, diferenciado, aliás bem diferenciado dos estereótipos do jogador de futebol. Ele, naqueles tempos, naqueles anos difíceis, quando muitos se escondiam no silêncio, misto de jogador e acadêmico de medicina, já emitia suas opiniões e foi o primeiro jogador, ao que me parece, na História do futebol brasileiro, a obter passe-livre, numa conjuntura em que a relação empregador(clube)/empregado(jogador) era completamente desfavorável à última das partes, por causa do “passe-preso”. Bem, em recente crônica, ele aconselha a Neguinho da Beija-Flor a alterar o refrão do seu samba que diz: “Domingo eu vou ao Maracanã” para “Domingo eu não vou ao Maracanã”, em razão, acredito eu, da cor/origem pobre. Justificando: “no cenário de elitização do futebol, penso em sugerir ao Neguinho que mude a letra do seu samba”. Pois bem, começo com este arrodeio, para dizer que, por uma deferência toda especial de Rodrigo, uma das minhas três joias, compareci à arena em foco para assistir aos três jogos da Copa das Confederações para ali programados. E me senti como se fora um alienado completo, ao viver toda aquela atmosfera em que me vi envolvido, atropelado. Ah! bons tempos em que eu resolvia entrar por onde bem quisesse; a escolher uma dentre as dezenas de catracas que a velha Fonte Nova nos oferecia e sentava onde bem entendesse; de trocar de lugar conforme as conveniências, tantas vezes quanto achasse necessário e muitas amizades e conhecimento entre pessoas foram feitos pelo convívio no estádio. Naquele planeta, o planeta da Fifa, não! O lugar é prévia e obrigatoriamente determinado e comportadamente devo manter-me por todo o tempo. De posse do ticket, - ai, que chique! – sou conduzido, como um bovino, em direção ao curral, por vaqueiros, digo, voluntários(!!!), em geral, jovens, devidamente uniformizados, com megafones ou não e em estruturas montadas acima da superfície ou mesmo na própria superfície, para uma espécie de labirinto. Sim, LABIRINTO, de onde num vai e vem incessante e como se andando sem chegar a lugar algum, para avançar pouquinho a cada volta – esforço que buliu com o meu labirinto, sem trocadilho, hein? – consigo eliminar a etapa labiríntica e, hã, pensa que cheguei? Ledo engano, inicia-se nova etapa com voluntários indicando os portões, são muitos os portões; os níveis, (a arena tem três níveis de arquibancadas); os blocos, são inúmeros; as fileiras e – ufa! – finalmente posso encontrar o meu assento, este, pessoal e intransferível. Bem, o jogo em si, não é tão diferente dos jogos que se assitem dos estádios, mas não há mais lugar para apostadores, torcedores em grupos organizados para os mais absurdos hábitos do tradicional frequentador de estádio de futebol. Não há mais lugar para pretos, para pobres, para vendedores ambulantes, baiana do acarajé. Do churrasquinho de gato; do isopor. Que saudade dos antigos bares, onde bebíamos e podíamos papar deliciosos pratos populares, gostosamente elaborados. Os estádios, com aquela áurea própria e espontaneamente feita pela gente do povo, gente que fez a extrema popularidade e o imenso poder deste esporte, estão sendo inexoravelmente substituídos. O futebol que foi um esporte eminentemente da escol em seus primórdios; no padrão Fifa, parece estar sendo submetido a um processo de retorno, às origens, extinguindo os populares estádios, segregando os populares espectadores. Nada restará de material (atenção para o real sentido do vocábulo) da Fonte Nova, do Mineirão, do Maracanã... a não ser o patrimônio imaterial tombado na lembrança da geração que os conheceram e deles usufruíram. Ainda bem que poderei contar ainda por algum tempo o meu Barradão!

domingo, 6 de setembro de 2015

A VISÃO SELETIVA DA LAVA JATO OU MELHOR, COMO DIRIA O “BARÃO DE ITARARÉ”: OU RESTABELEÇAMOS A MORAL OU LOCUPLETEMO-NOS TODOS!

Por que os “tucanos” são blindados, descaradamente? Transcrevo artigo de Luis Nassif, extraído do seu blog. Em direito existe o que se chama de "estorvo do processo". Todo cidadão está sujeito a ser processado, do mais humilde ao presidente da República. Mas existe também o conceito da repercussão política do processo, princípio que rege muitas decisões judiciais. Por exemplo, por mais justo que seja determinado pleito, nenhum Ministro do STF vai votar a favor de uma ação que implique na quebra do país. O mesmo princípio vale para processos com repercussão política. Um juiz deverá tomar duas vezes mais cuidado para expor o presidente da República ao "estorvo do processo". Não significa que deva poupá-lo, mas que tomará cuidado redobrado antes de expô-lo e com a própria exposição em si. Porque expor a presidência da República significa expor o país. O Procurador Geral da República tomou a decisão de expor ao "estorvo do processo" campanhas de Lula e Dilma. Dilma é a presidente da República. Lula é um ativo nacional, o político que representa a esperança de milhões de brasileiros e - queiram ou não os opositores - o brasileiro que melhor representa a face legítima do país perante o mundo. Ele está para o Brasil como Mandela para a África do Sul, Ghandi para a Índia, Luther King para os Estados Unidos. Já Aécio Neves é um senador, candidato derrotado a presidente da República. Geraldo Alckmin é o governador de um estado importante, assim como José Serra, um ex-governador, os três sem um centésimo da representatividade de uma presidente da República ou de uma personalidade internacional como Lula. Todas as empreiteiras citadas na Lava Jato colaboraram com a campanha de Aécio, seja por dívidas passadas, seja por promessas futuras. A não ser que se acredite que empreiteiro pague dízimo para ir para o céu. Contra Aécio pesa uma delação premiada com todas as peças de esquemas de financiamento eleitoral ou de enriquecimento pessoal: os valores recebidos (US$ 150 mil mensais), a ponta pagadora (Furnas), a empresa que lavava o dinheiro (a Bauruense) e a destinatária (a irmã de Aécio). Mesmo assim, Janot não julgou adequado expor Aécio ao "estorvo do processo". As empreiteiras implicadas na Lava Jato têm obras em Minas Gerais e São Paulo. Algumas delas têm mais obras com os respectivos governos estaduais do que com a própria Petrobras. No caso paulista, há em curso uma denúncia de suborno do cartel dos trens abafada pela cúpula do Ministério Público Estadual. No entanto, Janot teve cuidado para não submeter ao "estorvo do processo" os ex-governadores Aécio Neves, José Serra e o governador Geraldo Alckmin. No caso mineiro, Janot aceitou a denúncia contra o mais insuspeito dos políticos: o ex-governador Antonio Anastasia. Aparentou uma neutralidade discutível, porque quem conhece Minas, Aécio e Anastasia sabe onde o calo pega - e não é em Anastasia. Que a lava Jato faça o PT purgar seus erros, sim. Arreglos políticos que permitiram descontroles de tal ordem, a ponto de um mero gerente acumular mais de US$ 100 milhões em dinheiro desviado, merece toda punição do mundo. E se o partido não tem a mínima capacidade de se defender de manobras políticas, problema dele. Quando investe contra o instituto da presidência e contra o brasileiro mais reputado do planeta e, ao mesmo tempo, poupa todos os próceres do PSDB do "estorvo do processo", Janot patina. Não adianta alegar que o inquérito será isento, dando todas as oportunidades para as partes se defenderem. O efeito político é imediato. O "estorvo do processo" é combustível para campanhas de impeachment, para desestabilizações políticas mesmo que, ao final, absolva o investigado. Ao poupar Aécio, a Lava Jato abre espaço para que a oposição amplie a campanha do impeachment, com Aécio posando de grande cruzado da ética. A opinião pública que conta - aquela realmente bem informada - sabe que o rei está nu. O que se pretende com essa blindagem? Não adianta os bravos Intocáveis da Lava Jato sustentarem que seu foco são apenas os malfeitos na Petrobras. Não faz lógica que, tendo à mão a possibilidade de interrogar os maiores financiadores de campanha do país, aceitem ouvir apenas as denúncias contra um lado. Se podem passar o país inteiro à limpo, porque não aproveitam a possibilidade? De posse da denúncia, que se abram novos inquéritos para outros procuradores tocarem, permitindo à Lava Jato manter o foco.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ainda Sobre Essas Manifestações

Transcrevo texto do compositor Aldir Blanc, extraído do blog Conversa Afiada. Sem comentários. Não quero um país onde uma bruaca ateromatosa lamente que Dilma não tenha sido enforcada O BRASIL DE GÓGOL Meu querido Arnaldo Bloch: Crise, seja emocional, política, econômica ou, o que é mais frequente, a terrível mistura das três, dá uma solidão danada. Por isso, qualquer indicação de que estou no caminho da justiça e do bom senso provoca um grande alívio, semelhante ao que meu mordomo, Jack, me proporcionava. Hoje, como Herrera, não estou nem no banco. Uma adorada Original provoca sintomas estranhos. Me iludo: é a diab-2, embora saiba que, parecido com meu saudoso pai, o conjunto da obra é que está na porta apresentando a conta. Obrigado pelo texto “Pra não dizer que não falei de política”: FHC não é príncipe coisa nenhuma. Trata-se de um oportunista de elite, com o demagógico pé na cozinha. Duda Cucunha é mais do que o bandido-mor do país. Leio obsessivamente História. Muitas dessas leituras são sobre a Segunda Guerra Mundial. Nosso amigo Dapieve pode atestar minha busca em conhecer melhor a hecatombe. Nessas leituras, saquei o seguinte: o Mal que faz um homenzinho reles, antissemita, pedófilo, coprófago, chegado a seitas, entre outras taras, que deixava os asseclas loucos por recuar em um dia, atacar babando na tarde seguinte, um assassino morde-assopra, presas de vampiro e péssimo hálito. Seu nome era Adolf Hitler. Os tais duzentos “domínios” na internet, jesus.org, ovelhas.com etc., não me enganam. Cucunha é praga propinada devastando o país, como provam suas ações contra o ajuste fiscal, para depois “orar”, e ganhar mais dinheiro. Como um lacaio de PC Farias, que poderia, no máximo, fazer comercial tipo “antes eu era assim” contra caspa, preside aquela casa de tolerância, cacetada, é fenômeno putulítico, sendo o “lítico” aí significando Idade da Pedra. As duas primeiras sílabas não preciso explicar. Anote o que esse cronista, entrando no hospício dos 69 outonos, prevê: quando os coxinhas e os neofascistas rosconarianos se unirem, os perseguidos lavarão com a língua calçadas, como aconteceu na Alemanha nazista. Temos sinais: pedreiro torturado e desaparecido (não teve passeata pra ele), dezenas de chacinados por vingança policial, milicianos de salário ínfimo com BMW e, o mais grave, um secretário de Segurança, antes confiável, apoiando a retirada dos ônibus de jovens “pardos” e negros, sem ficha policial, sem armas, sem drogas. O crime deles foi a cor e a pobreza. É isso, meu querido. Não quero um Brasil no qual o missinistro Gilmar legisle pra um lado só. Não quero um país onde uma bruaca ateromatosa lamente que Dilma não tenha sido enforcada no DOI-Codi. Não suporto anomalias esperneando porque não mataram todos em 64. E onde o protótipo do corno pergunte ao filho no colo: “O que Dilma é?”. A criança: “p(*)ta”. Desejo um país onde haja clamor nacional contra essa barbárie. Se Paulo Mamaluf, Fernão “MaseratiLanborghini” Collor e Eduardo Cucunha, entre outros pilantras, não forem presos, fico com o imortal Gógol: “Encontrem o juiz, encontrem o criminoso, e depois prendam os dois.”

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Lava a Jato e a Passa a Jato

Eu devo ser sempre mal compreendido, pois as pessoas, em geral aquelas que são profundamente influenciadas pela grande imprensa, devem interpretar que defendo cegamente o PT e seus "aloprados". Não, a minha luta insana é contra o que deveria ser um combate integral e imparcial à corrupção, de um modo geral, origine-se a corrupção, de onde se originar, a fim de passar este país a limpo efetivamente, Não concordo, portanto, e aí a minha indignação, com investigações que somente visam pessoas ligadas ao partido dos trabalhadores e da base aliada do governo. Agora, o nome do puro, quase santificado, senador por Minas Gerais, ex-candidato à presidência, derrotado, aparece em delação premiada (arghh!) e a imprensa brasileira omite o fato jornalístico, blindando o sacro senador. Felizmente, a imprensa internacional está divulgando através da Agência Reuters.
Por que o grande juiz, herói do time dos inconformados, junto com o MP, estabeleceu o ano de 2003 para ponto de partida das investigações do "petrolão", justo quando começaram os corruptos do PT a participar da bandalheira e deixaram para trás período em que "vadiaram" os que sempre "vadiaram" e se locupletaram e se locupletam das tetas da "viuva". Já, por volta dos 1990, se falava em petrolão, mas, logicamente, com outras alcunhas.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

As manifestações de 16 de agosto de 2015

Extraio do blog Conversa Afiada os dados abaixo que, segundo o blog, são o resultado de pesquisa do DataFolha, instituição que, para essa finalidade, não deve deixar dúvida alguma. Pelas imagens que assisti hoje pela TV, é fácil observar que a grande maioria, por que não dizer a totalidade, da massa é formada pela classe média alta, de brancos, louros (ou cabelos tingidos) e que  está em crescimento a velha luta de classe e a constatação do eterno predomínio (econômico e político) do branco sobre a maioria negra e mulata. Vejamos, pois, os dados do Data.
- 61% eram homens (no Brasil há mais mulheres que homens);

- 40% tem 51 anos ou mais (os brasileiros com 51 anos ou mais formam 10% do total da população);

- 76% (!!!)  tem curso superior (numa população de 204 milhões, 10% dos brasileiros cursam o ensino superior);

- 75% se declaram brancos (a maioria da população brasileira é negra);

- e tem uma renda familiar entre R$ 7.881 e R$ 15.760.

No degrau mais baixo de renda, as reginas duartes que foram à Avenida Paulista tem uma renda quatro vezes superior à media do trabalhador brasileiro.

- e 77% votaram no Aecím, que teve 48% dos votos na eleição presidencial e perdeu (em Minas, também).

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Os MeusTemores e os Temores de Luiz Fernando Veríssimo

Será que a grande maioria das pessoas do bem e que só querem o bem da nossa nação e o nosso bem estar geral, com um mínimo de inteligência, ainda não entendeu o que se está a engendrar no sentido da implantação do caos no país? Quando os progressistas todos, os bem intencionados, aqueles que se preocupam com um desenvolvimento do país que reduza a desigualdade social e a perversa concentração de renda, aqueles que podem reunir a boa parcela da sociedade, afinal irão reagir à conjuntura que as forças do mal estão a formar?
O que Luis Fernando Veríssimo escreve - extraído do Conversa Afiada - e que transcrevo a seguir é um ALERTA!  
Luis Fernando Verissimo
Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos 20 e 30 do século passado, pressentindo que algo que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê
No filme “2001 — Uma odisseia no espaço”, do Stanley Kubrick, astronautas descobrem na Lua (ou era em Marte?) um misterioso monólito, de origem desconhecida. Depois fica-se sabendo que o monólito fora posto ali como uma espécie de alarme. Quando exploradores da Terra o descobrissem, seria o sinal de que nossa civilização tinha os meios para invadir o espaço e se tornava uma ameaça para as civilizações extraterrenas que nos estudavam de longe desde que o primeiro primata acertara a primeira cacetada na cabeça de outro, e sabiam do que nós éramos capazes. A descoberta do monólito era um aviso: atenção, a barbárie vem aí, disfarçada de conquista científica.
Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos vinte e trinta do século passado, pressentindo que alguma coisa que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê. Este judeu hipotético teria experimentado preconceito e discriminação na sua vida, mas não mais do que era comum na história dos judeus. Podia se sentir como um cidadão alemão, seguro dos seus direitos, e nem imaginar que em breve perderia seus direitos e eventualmente sua vida só por ser judeu. Em que ponto, para ele, o inimaginável se tornaria imaginável? E a pregação nacionalista e as primeiras manifestações fascistas deixariam de ser um distúrbio passageiro na paisagem política do que era, afinal, uma sociedade em crise mas com uma forte tradição liberal, e se tornaria uma ameaça real? O ponto de reconhecimento da ameaça não era evidente como o monólito do Kubrick. Muitos não o reconheceram e morreram pela sua desatenção à barbárie que chegava.
A preocupação em reconhecer o ponto pode levar a paralelos exagerados, até beirando o ridículo. Mas não algo difuso e ominoso se aproximando nos céus do Brasil, à espera que alguém se dê conta e diga “Epa” para detê-lo? Precisamos urgentemente de um “Epa” para acabar com esse clima. Pessoas trocando insultos nas redes sociais, autoridades e ex-autoridades sendo ofendidas em lugares públicos, uma pregação francamente golpista envolvendo gente que você nunca esperaria, uma discussão aberta dentro do sistema jurídico do país sobre limites constitucionais do poder dos juízes... Epa, pessoal.
Se está faltando um monólito para nos avisar quando chegamos ao ponto de reconhecimento irreversível, proponho um: o momento da posse do Eduardo Cunha na presidência da nação, depois do afastamento da Dilma e do Temer.