Vem
coincidir com o convencionado dia das
mães, reportagem publicada na revista Carta Capital sob o título “A imortal
baiana do camdomblé”, assinada por Cynara Menezes. Referida reportagem aborda a
eleição da “mãe de santo Stella de Oxóssi”, no dia 23 do último mês, para a
Academia de Letras da Bahia, “lugar ocupado no passado pelo poeta Castro Alves".
Como registra a reportagem, Stella diferentemente do “hábito dos candidatos
nesta e em outras praças não tinha feito campanha e foi uma surpresa, como
afirma a “ialorixá do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, primeira mãe de santo
acadêmica do País: “levei um choque, pois é uma coisa que não é comum”.
Gosto,
sempre que tenho oportunidade, de ler o que escreve a ialorixá no jornal A
TARDE. Seus textos são gostosos de ler, ela consegue transmitir idéias
transcendentais, até, de uma forma simples, bem entendível.
Bem,
Da. Stella, conheço um pouco de sua história, formou-se em Enfermagem pela
Escola Bahiana de Medicina e atuou na profissão por “30 anos até ser escolhida
em 1976, mãe de santo do Ilê Axé Opô Afonjá”; portanto, ao que me parece, a
única mãe de santo com nível superior e agora “imortal”, na Academia Baiana de
Letras e, vejam bem, na cadeira que foi ocupada por ninguém menos que o Poeta
dos Escravos.
E
faço este registro com muito orgulho, por ver mais um(a) representante do
humilde estrato da população, da raça negra, especialmente, ser reconhecido(a),
pelas “elites”, porque seu valor entre seu povo é inegável.
Parabéns,
Da. Stella. Parabéns para todas as mães!