Fiquei intrigado ao assistir hoje pela manhã o jornal da TV Globo e ficar sabendo de mais um escândalo com as provas do ENEM na reportagem sensacionalista daquela emissora e nos comentários indignados (especialmente de um tal Alexandre Garcia). Pô, mais uma vez, não é possível!
Eles não admitem este meio de acesso ao ensino superior, porque sabem que está dando oportunidade para a “senzala”, como é dito abaixo. Por isto, vêm sistemáticamente “batendo”. Logicamente, que não se deve aceitar erros num exame tão importante, mas a proporção de erro é desprezível matematicamente e pode ser muito bem reparada com a identificação das provas contaminadas e sua reparação.
O Ministro da Educação Fernando Haddad identificou entre 1.800 e 2.000 provas que deverão ser refeitas no ENEM deste fim de semana. A gráfica contratada produziu 10 milhões de provas. (destaque dado por mim)
Houve problema num lote de 20 mil provas.
Dessas 20 mil provas, 10% podem ter problema. (Portanto, 2.000 provas com erros, num universo de 10.000.000. 2.000/10.000.000 = 0,0002)
Ou seja, seria uma relação de dois problemas em mil provas produzidas.
Um horror !
É preciso Privatizar a educação no Brasil, diriam a elite branca e os donos de cursinhos.
O Ministro Haddad agora vai examinar caso a caso a situação destas 1.800 provas.
Identificados aqueles efetivamente prejudicados eles farão uma nova prova.
O Ministro Haddad usa o chamado método TRI, que permite aplicar provas em dias diferentes com o mesmo grau de dificuldade.
No ENEM 2009, isso foi feito com pleno sucesso em presídios e em duas cidades do Espírito Santo que, no dia do exame, foram alagadas.
Não há problema nenhum !
O único problema é que o ENEM cria uma mudança estrutural no acesso à universidade brasileira.
O ENEM facilita e estimula o acesso dos pobres.
É por isso que uma inovação bem sucedida e importada dos Estados Unidos se transforma no Brasil numa guerra de classes.
Bendito o segundo turno.
Foi no segundo turno que caíram algumas das máscaras.
Uma delas é a ideologia da Casa Grande que sobrevive instalada na alma e no bolso de uma elite que pensa que o Brasil é bicolor.
Clique aqui para ler “O Brasil não é bicolor”.
Clique aqui para ler “O PiG e o Serra odeiam o ENEM por causa dos pobres”.
Fernando Haddad é um discreto e competente líder desta batalha para por a senzala abaixo.
E se o PiG (*) e a elite branca queriam vê-lo pelas costas, agora mesmo é que ficará muito difícil a Dilma retirá-lo do campo de batalha.
Clique aqui para ler “Justiça Federal suspende o ENEM”.